quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Poeta Daluan Machado Biff


Deus normal
(Daluan)

Se Deus descesse do céu
E aparecesse pra mim
Com um casaco preto
E uma roupa social bonitinha,
Mas bem simplesinha.
De barba bem feita,
Barrigudinho e baixinho.
Sem nenhuma glória,
Sem nenhuma grandeza,
Sem me dizer que era Deus,
Como um homensinho normal.

Se ele de noite me desse
Uma carona no seu golzinho
Ano noventa e cinco.
E me leva-se para uma lanchonete,
Senta-se comigo no balcão
E pedisse um lanche vegetariano
Para ele e outro para mim,
E me disse-se descontraído:
“Não se preocupe com dinheiro.
Eu pago a conta!”




Se ele conversasse sorrindo e rindo.
Se ele falasse com a boca cheia,
A o mesmo tempo que estivesse mastigando.
Se me contasse algumas piadas,
As mais engraçadas que existem,
Que fizesse eu me afogar de tanto rir.

Se depois da janta ele levasse-me
Para minha casa em seu carro.
Se durante o caminho, enquanto dirigia,
Ele me dissesse: “Sabe filho...”
E me enchesse de conselhos...
Os melhores que já recebi
Em toda a minha vida.

Se enquanto ele falasse
Eu não precisasse me fingir de homem
E me sentisse a vontade para ser
Apenas o menino que ainda sou.

Se após chegarmos na frente da minha casa
Ele estacionasse e desligasse o carro,
Colocasse a mão no meu ombro,
Olhasse no fundo dos meus olhos
E disse-se algo tão belo, lindo,
Que eu nunca imaginei ouvir na vida.


Se eu desembarcasse e antes de fechar a porta
Lembrasse-se de perguntar qual era o seu nome,
Onde morava e quem ele realmente era.
Se eu disse-se: “Senhor, gostei muito de você.
Fiquei muito feliz em lhe conhecer,
Mas eu ainda não sei que o senhor é...”
Se ele me entrega-se um bilhete
E sorrindo dissesse: “Abra,
Mas espere eu sair”

Se ele fosse e antes de cruzar
A esquina buzinasse pra mim.
Se eu abri-se o bilhete e lesse:
 “Sou seu criador, meu filho.
E para sempre estarei com você.”
Eu acreditaria que ele era Deus?
Deus poderia ser tão normal assim?
Não sei. Mas eu ficarei tão feliz
Se realmente fosse assim...

(Poeta Daluan ,Herval d´ Oeste, 19 de julho de 2013.)

NOVO JEITO DE OLHAR

NOVO JEITO DE OLHAR


A paz voltou
A alegria esta aqui mais uma vez
Toda linda
Forte e poderosa
Foi bom esse tempo de desintoxicação dos males da alma
Da mente
Do coração
E do corpo
Agora sinto que tudo esta resolvido
Nada de perturbações alheias me ferindo
Tudo do jeito que deve ser
Deliciosamente feliz
Coração leve
Nada de negatividade
Mente repleta de bons pensamentos
Fase boa onde aprendi que
As coisas ao redor mudam
Quando você muda
Mas muda de dentro para fora
Essa é melhor e maior mudança
A verdadeira transformação
Ela que traz satisfação completa e real
Desabrochando para o novo de novo
E que esse novo me traga as delicias e sorrisos que  minha alma precisa
Felicidade acendeu um novo jeito de olhar.
(Poeta Caroline Guterres)
...ERA UM RAPAZ,
MAGRINHO, MORENO CLARO,
 DEZOITO ANOS,
CABELOS CASTANHOS,
DENTES PEQUENOS.

TINHA OS PÉS CALEJADOS,
UNHA BEM CURTA,
CALCANHARES INFLAMADOS,
CULPA DAS ALPARGATAS DE COURO.
PRESENTE DO PADRINHO,
QUANTO PASSOU A COMUNHÃO.


TODO DIA AO CHEGAR A CASA,
SEMPRE DE TARDINHA,
DEPOIS DO TRABALHO DE PEDREIRO,
QUE ARRUMOU HÁ QUASE DOIS ANOS,
E ASSIM PODER ESTUDAR A NOITE.
SONHAVA SER ENGENHEIRO,
COM ISSO APRENDIA OS MACETES DA PROFISSÃO.


NO ARAME DA ÁREA,
PEGAVA A TOALHA 
IA ATÉ O BANHEIRO,
ABRIA O CHUVEIRO QUEIMADO.
O BANHO ERA SEMPRE FRIO,
JÁ ESTAVA ACOSTUMADO.

NO QUARTO SE OLHA NO ESPELHO,
 AJEITA O CABELO,
E VOLTA PRA SALA,
O RELÓGIO ENCIMA DA ESTANTE
 OLHA PELA JANELA,
 CHOVE FORTE.
 


SENTA NO SOFÁ RASGADO,
ARREMANGA AS CALÇAS,
CORRE ATÉ A PADARIA,
COMPRA ALGUNS PÃES 
E PEDE PRA MARCAR NA CONTA.

NA VOLTA PARA! 
EM FRENTE AO BAR,
PÕE A MÃO NO BOLSO,
NENHUM TOSTÃO FURADO,
OLHA FRANZE O NARIZ,
 VOLTA PRA CASA,
COM DESEJO DE TOMAR UM REFRI.

ENTRA NA COZINHA,
PEGA O RESTO DO LEITE,
NA GELADEIRA VERMELHA,
TOMA COM GOSTO E 
MATA A FOME...
JÁ É NOITE, 
ESCOVA OS DENTES
 E VAI DORMIR.
NOUTRO DIA DE MANHA,
ACORDA COM O SOL,
ENTRANDO NA FRESTA DA PAREDE.
LEVANTA E DEIXA A CAMA DESARRUMADA.
É DOMINGO.
PEGA O MARTELO,
PREGA UM PREGO ATRÁS DA PORTA,






ESCOLHE ALGUMAS SEMENTES 
VAI ATÉ A HORTA.
A TERRA MOLHADA,
O CHAMA PARA FAZER CANTEIROS,
SALADAS, CENOURAS, TOMATES.
TEM PAIXÃO POR VERDURAS.

JUNTA O VAZO DE FLOR,
DE LATA DE TINTA
QUE CAIU COM O VENTO DA NOITE PASSADA.
DE REPENTE ESCUTA O RÁDIO,
NA CASA DO VIZINHO,
ERA UMA MÚSICA,
SERTANEJA BEM ANTIGA.
LEMBRA DE QUANDO ERA CRIANÇA,


LEMBRA QUE MORAVA NO SÍTIO,
LEMBRA DA MÃE FAZENDO CAFÉ,
LEMBRA DO PAI CONTANDO HISTÓRIAS,
LEMBRA DE SEUS IRMÃOS CORRENDO NO CAMPO,
LEMBRA DAS VACAS NO PASTO,
NAS MANHÃS DE GEADA,
DAS GALINHAS, DOS PATOS,
DO AÇUDE,
E DOS PÉS DE PITANGA
 E DAS PALMEIRAS.
SUA VONTADE É VOLTAR CORRENDO PARA LÁ.


OS OLHOS SE ENCHEM, 
DE TODOS QUE ESTÃO DISTANTES,
-SE VÊ SOZINHO.
ENXUGA AS LÁGRIMAS,
COM A MANGA DA CAMISA,
E TENTA DISFARÇAR.
GUARDA A ENXADA,
LAVA AS MÃOS.
AFINAL É DOMINGO,
DIA DE FAZER CHURRASCO.
PORQUE AMANHA,
COMEÇA OUTRA SEMANA,
ONDE A MARMITA SERÁ A COMPANHEIRA...


ATÉ QUE ALGUÉM NO PORTÃO GRITA,
-HOOO DE CASA! 

ERA O AMIGO DE TRABALHO,
CONSIDERADO COMO IRMÃO,
VEIO CONVIDAR PARA ALMOÇO EM SUA CASA.
TINHA UMA IRMÃ SOLTEIRA,
MUITO BONITA,
DE CABELOS COMPRIDOS
DOS OLHOS DA COR DO MAR,
QUE ENCANTAVAM,
OS  PENSAMENTOS DO RAPAZ..

MAS AI COMEÇA OUTRA HISTORIA...

(Rose Lira, Capinzal SC, 05/2013)

MINHA MOTIVADORA NA PLATÉIA.

Olho para plateia e lembro que nem sempre Estive aqui, fazendo o que agora eu faço. Uma vez não estava aqui e nem sentia falta de est...