domingo, 7 de novembro de 2010

Jovens Talentos.


VELHA MANGUEIRA

VELHA MANGUEIRA DE MINHA INFÂNCIA

DOS MEUS TEMPOS DE CRIANÇA,

DEBRUÇADO NA MESA DE SARANTI,

POR UM MOMENTO, ME VEM MEMÓRIAS DOS TEMPOS DE GURI.

DO PORTAÕ QUEBRADO, QUE EU ME EMBALAVA ESCONDIDO DO PAI,

ESPANTAVA OS CAVALOS, SO PARA VER OS ESTÁLOS DA SUITERA DE COURO CRU.

GASTA PELO TEMPO, DE TANTA LIDA CAMPEIRA

TRAZ LEMBRANÇAS DO MEU CAVALO CHIRÚ.

ERA AQUI NA VELHA MANGUEIRA,

QUE O COURO QUEIMAVA, NO CHISPAR DAS LABAREDAS

MARCADOS A FERRO QUENTE,

O LOMBO CHEIRAVA AS MARCAS DO DONO.

E A DOR! A DOR O POBRE BICHO TAMBEM SENTE!

TANTOS GARROTES FORAM CASTRADOS,

EU CORRIA BUSCAR VACINA E ÓLEO QUEIMADO,

SEUS BAGOS DECEPADOS NUM PEALO SEM DÓ,

AO OLHAR DO MENINO SENTADO,

NA MANGUEIRA DE TÁBUAS SEM NÓ.

PARA CURAR CICATRIZ E BICHEIRA.

NO TRONCO ERAM AMARRADOS,

AO LADO, TINHA VACAS PARINDO,

AUMENTANDO A CRIAÇÃO,

JUNTO AO PEÃO PARTEIRO SORRINDO.

NAS MANHAS DE SOMBRA FRESCA,

NAS TARDES DE CALOR, SEMPRE ABERTA.

A VACA SOLTA NO PASTO, É LIVRE NO RINCAÕ

SUA VOLTA ERA SEMPRE CERTA,

PASSA O DIA NA INVERNADA, E VEM DORMIR NA TUA PROTEÇÃO.

TUDO PARA MIM ERA FELICIDADE,

FELICIDADE HOJE! A DOR DESTA SAUDADE!

RESTA A TÚ, VELHA MANGUEIRA,

ASSISTIR A TUDO,

ATÉ SEU PRÓPRIO FIM.

(POETA ROBERTO BONADIMAN)

MINHA MOTIVADORA NA PLATÉIA.

Olho para plateia e lembro que nem sempre Estive aqui, fazendo o que agora eu faço. Uma vez não estava aqui e nem sentia falta de est...