terça-feira, 2 de novembro de 2010


RODA DE CHIMARRÃO

Seguro a cuia do mate como fosse um cálice bento
É sagrado esse momento em que sevo o chimarrão
Silencio meditação completa esse ritual
Que repito sempre igual no meu culto a tradição

Fogo água e erva pura cuia bomba e nada mais
Elementos essenciais pra se mate ar a preceito
No mais e o gosto e o jeito de fazer de cada um
Tão singelo tão comum tão gostoso e tão perfeito

A chaleira quando chia tem melodia de um hino
O vapor tão leve e fino paira no ar como um incenso
O patrão celeste eu penso escuta esta reza xucra
Quando a alma me busca contemplando o verde intenso

Cravando a bomba na erva meio inclinada de pé
E a raiz da minha fé que planto bem La no fundo
Pra que os tirõens desse mundo não abalem a minha crença
E me de a recompensa de um viver longo e fecundo

Sorver o primeiro gole há quanto mistério encerra
E seiva verde da terra envade os caminhos meus
É o sangue quente de deus que ao meu sangue se mistura
Deixando minha alma pura como alma dos anjos seus

Por isso a hora do mate solito ou com parceria
Mais de um prazer que vicia pra mim é hora de prece
Meu peito velho se aquece essa comunhão bendita
Horas minha alma levita horas deus mesmo aqui desse

Se sirvo mate pra amada ou mesmo para um amigo
Conservo sempre comigo a idéia de comunhão
Se deus criou o chimarrão decerto não se incomoda
De fazer parte da roda e ouvir minha oração

Guarda patrão meu pago te pede com reverencia
Proteja minha querência meu pingo Cuzco aprenda
Que nunca me falte renda pro meu churrasco no, mas
Pra dar estudo pros pias e pagar a conta da venda

Que nunca me falte fé na santa virgem Maria
Que me protege me guia com o seu manto de paz
Que eu nunca deixe pra trás um parceiro que tropeça
Que cada dia agradeça a vida que tu me das

Ronca cuia me avisando findo a hora do mate
Digo um amem no arremate agradeço a parceria
No começo ou no fim do dia com deus mate ando eu converso
Ele é o patrão do universo não tem melhor companhia
(Poeta Ailton Vargas )

Um comentário:

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